Por que você está sofrendo mais com a queda de cabelo

Essa se tornou uma das principais reclamações durante o distanciamento social - entenda por que e veja como reduzir a queda de cabelo
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Estamos já há meses em distanciamento social e muita gente anda reclamando de queda de cabelo. Verdade que estamos estressadas e passando mais tempo dentro de casa – e, aí, é natural perceber mais provas no chão, já que os fios que antes caíam na rua, no escritório, na faculdade estão se acumulando na sua sala.

“Se nesse período de isolamento social, você se tornou totalmente responsável pelo serviço doméstico, com certeza, isso intensifica sua percepção da queda de cabelo, principalmente para quem tem fios de tonalidade escura”, aponta a dermatologista Ana Carina Junqueira, do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisa em Medicina Capilar (IBEMC), de São Paulo.

Mas será que a queda de cabelo é só coisa da sua cabeça? Resolvemos investigar as causas por trás do aumento de queixas durante períodos conturbados como esse.

Motivo 1: má alimentação

Essa é a primeira suspeita da sua queda de cabelo ter ficado mais acentuada nos últimos tempos. Dietas pobres em proteínas podem fazer os fios caírem, assim como a falta de nutrientes como ferro, arginina, biotina, cobre, vitamina B2, B6, b-pantenol e cromo – e nenhum deles está sobrando na lasanha congelada ou na pizza que você tem pedido na quarentena. Já pensou que talvez você esteja comendo pior em casa do que quando almoçava naquele quilo perto do trabalho? Se você de identificou, além de proteínas, coloque no prato vegetais verde escuros (couve, brócolis, rúcula) para ter fios fortes e saudáveis.

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Motivo 2: stress 

Tem um tal de hormônio chamado cortisol, diretamente relacionado ao stress, responsável por estimular a queda precoce dos fios. “Ele causa o eflúvio telógeno agudo – quando o ciclo de crescimento do cabelo é interrompido”, afirma a dermatologista Ana Carina.

Ela explica que nosso cabelo é composto pela raiz e pelo fio. “A raiz tem um ciclo de mais ou menos 80 anos, e os fios, de 2 a 5 anos. Após a queda do fio, a raiz produz um novo, e assim, completa o ciclo. O eflúvio telógeno interrompe esse ciclo capilar, mas é considerado breve, já que, após a normalização nutricional e hormonal, por exemplo, a queda cessa”, afirma a médica.

Indiretamente, o stress também ativa as doenças autoimunes, que acabam estimulando a queda de cabelo. É o caso da alopecia areata. Nesse caso, a queda ocorre em áreas focais, causando falhas no couro cabeludo. “A alopecia areata é uma doença de origem autoimune que se desenvolve quando nosso corpo produz anticorpos contra ele mesmo, prejudicando o folículo piloso. Um dos maiores gatilhos da alopecia areata é o stress físico e emocional.”

Autocuidado paraquedas

A melhor forma de lidar e combater essa queda de cabelo, ainda durante o distanciamento social – que deve durar pelo menos por mais 30 dias – é se blindar contra o stress emocional, valorizando uma rotina de autocuidado e mantendo o equilíbrio entre corpo e mente. 

Pausa para os fios

Com mais tempo,  e a possibilidade de diminuição do uso de ferramentas térmicas. Aproveite para se distanciar da chapinha e do babyliss, talvez até do secador; e exercitar uma maior aceitação da textura natural dos fios. “Outro benefício é que estamos realizando menos procedimentos químicos”, observa Ana Carina. 

Tá rolando uma preguiça de lavar o cabelo todos os dias? Se seus fios são oleosos, cuidado. “O fio oleoso é um forte indutor de queda. Temos comprovações científicas de que a oleosidade funciona como cola, fazendo com que fios soltos se fixem nos fios saudáveis, provocando uma queda precoce”, explica a dermato, que recomenda lavagens diárias nesse caso.

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 Banho relax

Além de evitar a oleosidade e queda, o banho também relaxa – e afasta o stress. A água morna distensiona a musculatura do pescoço! “Fique tranquila: essa mudança não será maléfica aos fios, longe disso. Se feita com produtos próprios para o seu tipo de cabelo só trará mais benefícios”, garante a médica. “E lembre-se que o xampu deve ser aplicado duas vezes seguidas, já que é na segunda aplicação que o produto tem maior contato com o couro cabeludo e realmente tem ação de higienização”, complementa.

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 Máscara capilar x 2

Um dos pontos positivos do distanciamento social é, sem dúvida, a valorização do autocuidado diário. É só o tempo esfriar para a temperatura do banho aumentar e a água quente ressecar os fios e o couro cabeludo. “O outono e o inverno deixam o cabelo e a pele mais expostos ao ressecamento. Aconselho que, nessa época do ano, as máscaras sejam usadas com o dobro de regularidade do que você está acostumada.”

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Uma opção caseira para deixar os fios macios é o azeite de oliva, que pode ser aplicado nos fios sozinho ou misturado a máscaras capilares. “Também indico ativos derivados do bambu, excelentes opção para a hidratação capilar e para assentar os fios rebeldes”, diz a médica.  Ainda assim, observando essa queda acentuada de cabelo por mais de 15 dias, procure um dermatologista, ok?

Reportagem Karina Hollo

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