9 documentários e séries de esporte que você deveria ver na Netflix

Fã de esportes, estou enfrentando essa temporada sem eventos ao vivo para colocar em dia minha lista de "tem que ver" no serviço de streaming. Prepara a pipoca e só vem!
Divulgação Netflix

Maratona com atletas profissionais? Temos! E na Netflix! Com a Olímpiada adiada e meses de campeonatos de futebol paralisados, o fim de 2020 e o início de 2021 foram um desafio (quase uma crise de abstinência…) para quem, como eu, está literalmente vivendo de esporte! Mas também encontrei uma oportunidade: sem um calendário lotado para acompanhar, consegui rever alguns clássicos (saudade de quando a gente ganhava copas, né minha filha?) e botar em dia a lista de documentários e séries sobre esporte, que estavam no banco de reservas só esperando a vez de entrar em campo, digo, na tela.

Minha seleção de campeões da Netflix é eclética e tem títulos para torcedoras fanáticas, como eu, mas também para quem prefere um reality cheio de bafões e até romance. Acredite, existe tudo isso dentro das quatro linhas, do autódromo, da pista…

1) Pódio para todos (Rising Phoenix)

Nove paratletas de elite contam sua trajetória e refletem sobre como o esporte muda a percepção das pessoas sobre suas deficiências.

Por que sou fã: “Se você ainda não foi mordida pelo bichinho do paraesporte, se dê essa chance. Não, o documentário não é triste, nem fala sobre pessoas sofridas superando dificuldades. O foco são atletas incríveis, fazendo coisas incríveis, em competições de alto nível! E de quebra lembrando a gente que, em 2020, já passou da hora de normalizarmos as diferenças, né?”

2) Dirigir para Viver (Driving to Survive)

Documentário com acesso aos bastidores da categoria mais rica e competitiva do automobilismo, mostra a rivalidade entre e dentro das equipes.

Por que sou fã: “Quando pequena, meu pai me acordava cedo aos domingos para torcer para o Senna. O brasileiro foi a única unanimidade entre nós: meu pai é Ferrari, eu sou #TimeHamilton, uma versão nossa de fla-flu automobilístico. Mas se você não gosta de F1, assista mesmo assim! Competição extrema é a palavra chave aqui, o reality é babado, e a Netflix não tem pudores em registrar a maledicência que rola solta – e jogar tudo na edição. Ui!”

3) Perdedores (Losers)

Numa sociedade em que ganhar é tudo, Perdedores foca em quem sofreu a derrota e traz histórias surpreendentes.

Por que sou fã: “Numa competição só existe um vencedor porque alguém perdeu, certo? Mas às vezes focamos tanto naquele único atleta que chegou mais rápido que ignoramos todos os outros que também fizeram aquele momento acontecer. E uma coisa que eu amo no esporte é a capacidade de trazer à tona histórias humanas incríveis. Mas, acredite, às vezes as mais interessantes ficam de fora do pódio e das notícias. Esse documentário colocou os perdedores no centro da roda de um jeito superinteressante.”

4) Icaro (Icarus)

O documentário mostra a saga real de um ciclista amador que deseja melhorar sua performance  e acaba envolvido em um escândalo de doping inimaginável.

Por que sou fã: “Bom, esse ganhou um Oscar, heim? Então, se você é cinéfila, tem que assistir. Se gosta de teoria da conspiração, tem que assistir também. E, se quer entender o porquê da Rússia estar de fora dos Jogos Olímpicos desde Rio 2016, esse documentário explica tudinho mostrando um lado do mundo das competições que não é tão legal assim. Mas daí a imaginar que a KGB vai entrar na história… (Parei para não dar spoilers!)”

5) O Jogo Inglês (The english game)

Na Inglaterra do século XIX, as vidas de dois jogadores de futebol de classes sociais opostas se cruzam dentro e fora do campo. E esse encontro vai mudar as regras do jogo para sempre.

Por que sou fã:  “Órfãs de Downton Abbey, atenção! Essa é versão pátria de chuteiras dos conflitos entre classes sociais na Inglaterra do século XIX. É superinteressante entender como o futebol, um esporte de cavalheiros, se tornou essa unanimidade entre os trabalhadores e virou um trabalho profissional. A série tem direito à cenografia super bem cuidada, fotografia linda, personagens reais (pode pesquisar Fergus Suter e Arthur Kinnaird) e um toque ficcional de romance.”

6) Sunderland até morrer (Sunderland until I die)

O documentário acompanha a luta de um time, que já foi grande, para voltar à elite depois de uma série de rebaixamentos.

Por que sou fã: “Eu sou uma brasileira que gosta de futebol acima da média. Mas admito a derrota: é impossível competir com os britânicos nesse quesito. E acredito que poucas coisas que li ou assisti (indico também o livro Febre de Bola, de Nick Hornby) retratam com tanta precisão como o futebol é o coração pulsante das comunidades na ilha. Impossível assistir e não sentir junto as alegrias e tristezas dos torcedores e funcionários do clube. E, quando menos espera, você se pega falando “vai, vai, vai” enquanto torce para a bola entrar no gol naquele último minuto do jogo que vale tudo! Aí lembra que a partida rolou na temporada de 2018… Mas tudo bem, é só não contar essa vergonha para ninguém.”

7) Esportes do Mundo (Home Game)

A série retrata esportes únicos ao redor do globo, para compreender sua regras, e também as comunidades e culturas em que eles estão inseridos.

Por que sou fã: “Vontade de viajar? Até sua vez na fila da vacina chegar, esse documentário pode levar você a lugares inimagináveis! Há milênios, muito antes até dos gregos inventarem as olimpíadas, competir por diversão ou honra é um hábito que acompanha a humanidade. E, em muitos cantos desse mundão, as tradições ancestrais são mantidas e celebradas. A cada episódio, a produção foi parar em um lugar diferente para registrar esportes que são sucessos locais, como corrida de búfalo, arremesso de tronco, luta vudu… Eu já queria alguns deles na TV!”

8) A Última Dança (The last dance)

A séria relata a temporada mágica de 97/98 dos Chicago Bulls na NBA e a transição de Michael Jordan de melhor jogador da liga a maior de todos os tempos.

Por que sou fã:  “Confesso que basquete não é a minha, mas como ignorar Jordan? Ele foi o cara da NBA num momento que mudou tudo o que a indústria do esporte entende por entretenimento e marketing. O tênis mais vendido da Nike tem o nome dele, eu tinha um boné dos bulls porque era moda na escola no Brasil (!), até no cinema ele foi parar junto com o Pernalonga. E o buzz pelo documentário prova que, 20 anos depois, Jordan ainda faz seus fãs (incluindo um tal de Obama) acreditarem que podem voar e tocar o céu – você lembrou da música que eu sei!”

9) Atleta A (Athlete A)

Seguindo a narrativa dos repórteres que expuseram o caso, o documentário conta a história das atletas da ginástica olímpica americana que denunciaram os abusos cometidos pelo médico Larry Nassar

Por que sou fã:  “O tema é doído (eu decidi assistir por questões profissionais), mas quem der play vai encontrar um trabalho de investigação muito bem feito e que merece créditos. Sim, você vai sentir raiva ao ver as pessoas horríveis que existem por aí. E esperança, por causa das outras que acreditaram e compraram a briga das meninas. Mas, principalmente, você vai sentir orgulho da força e da união que elas encontraram para obter justiça e fazer do esporte delas um ambiente melhor para as gerações futuras. (PS: se você chorar, não se sinta só.)”

Sobre mim:

Manuela Biz é jornalista e adora observar pessoas e histórias. Principalmente aquelas que envolvem placar, vitória, derrota. Desde pequena é a louca dos jogos, a que matava aula e até festinha dos amigos para ver uma disputa. Tanto fez que, mesmo sem talentos esportivos, conseguiu sua convocação: trabalhou nos bastidores de copas do mundo de futebol, jogos olímpicos e panamericanos. Agora, estuda ética no esporte na Europa e acompanha assuntos relacionados a isso com ainda mais atenção. Torce pro Palmeiras, corre e pedala por aí (quando não chove no Reino Unido) e assiste de tudo, até curling.

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