Conheça os novos esportes olímpicos que vão fazer sua estreia em Tóquio

Skate, surfe, escalada e karatê: tudo o que você precisa saber sobre as modalidades que participam pela primeira vez de uma Olimpíada nos jogos do Japão

Agora vai! Depois de um ano de adiamento por causa da pandemia, a Olimpíada de Tóquio começa em 23 de julho e o evento está cheio de novidades. Com o propósito de revitalizar o programa olímpico e atrair uma audiência mais jovem, o comitê incluiu novas modalidades: skate, surfe, escalada esportiva e karatê – além do beisebol. Isso atrai mais investimentos na preparação dos atletas e torna os novos esportes olímpicos mais populares, já que o mundo inteiro estará de olho na competição. Conheça alguns detalhes de cada modalidade estreante e prepare-se para torcer muito para o Brasil nas novas categorias!

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Os novos esportes Olímpicos de Tóquio 2020:

Skate 

O skate é um dos esportes que levará os atletas mais jovens para competir em Tóquio. A modalidade já deixou de ser uma brincadeira de rua faz tempo e possui um caráter bem profissional, embora não seja tão popular quanto outras modalidades olímpicas. A parte boa é que, principalmente na categoria feminina, as atletas brasileiras são favoritas para trazer o ouro para casa.

Veremos dois estilos do skate nas competições olímpicas. No street, categoria mais popular do esporte, os atletas fazem manobras em uma pista que simula obstáculos da rua, como escadas e corrimões. O park é um pouquinho diferente: a pista é em formato de bowl, como uma tigela com paredes bem altas, na qual o skatista deve fazer manobras em cada rodada. A pontuação é um pouco subjetiva, pois os jurados consideram a dificuldade nas manobras, seleção e qualidade na execução, estilo, aproveitamento da pista, ritmo e consistência, de acordo com o regulamento da World Skate, organização mundial do esporte.

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Por aqui, as expectativas da Confederação Brasileira de Skate (CBSk) são altas. Eles apoiam os atletas na preparação olímpica oferecendo  suporte com comissão técnica, médicos, fisioterapeuta e psicólogos.Todos os envolvidos têm trabalhado de maneira intensa planejando e dando todo o suporte que um atleta de alto rendimento precisa”, diz Eduardo Musa, presidente da CBSk. Serão classificados os 20 melhores atletas de cada modalidade, sendo que cada país pode levar até três atletas por categoria, sendo 12 skatistas no máximo. 

Com a pausa na temporada de qualificação por causa da pandemia, só conheceremos os classificados para Tóquio após as competições remarcadas para maio e junho. Mas as chances de levarmos atletas para Tóquio são altíssimas. Estão na disputa pelas vagas na categoria park Dora Varella, Isadora Rodrigues Pacheco e Yndiara Asp; enquanto Pamela Rosa, Rayssa Leal e Leticia Bufoni devem confirmar suas vagas no street feminino. Nas categorias masculinas, Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas são os brasileiros mais bem colocados no ranking do park, enquanto Kelvin Hoefler, Giovanni Vianna e Carlos Ribeiro buscam vaga no street.

Escalada esportiva 

A escalada é uma novidade inusitada no programa olímpico, já que o esporte requer uma estrutura bastante específica e pouco conhecida como modalidade profissional. Inclusive, no Brasil, o esporte é muito recente: a  Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE), entidade responsável pela organização e regulamentação da escalada no país, foi criada só em 2014. Mesmo assim, nossos atletas estão focados na disputa pela classificação para representar nosso país nas Olimpíadas.

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A competição será uma combinação de três categorias do esporte: velocidade, boulder e dificuldade. Os atletas farão uma rodada de cada, tanto nas etapas eliminatórias quanto na final. Enquanto em velocidade são dois atletas por vez, e vence quem chegar ao topo da parede mais rápido, boulder e dificuldade são rodadas individuais: na primeira, o atleta escala blocos de 5 metros de altura, de complexidade diversa, enquanto na segunda o principal atributo avaliado é o grau de dificuldade do trajeto que ele cria na escalada.

A última chance de classificação foi no Pan-Americano de Escalada de Los Angeles, em 2020. Nossos principais atletas da modalidade, Cesar Grosso e Thais Makino, infelizmente não conseguiram vaga na Olimpíada de Tóquio, mas a temporada nos Estados Unidos foi fundamental para aprenderem novas técnicas. “É interessante a gente poder viver essa experiência fora para elevar a qualidade do esporte no Brasil”, comenta Thais.  

Surfe 

O Brasil é um grande destaque no surfe mundial. Gabriel Medina já conquistou o título mundial duas vezes, e além dele, outros atletas também são bastante reconhecidos. Somos um dos únicos países que já classificaram o número máximo de atletas para as Olimpíadas, o que nos torna favoritos na competição! O esporte é bastante conhecido e estruturado para competições, mas mesmo assim, a estreia nas Olimpíadas também promete aumentar a visibilidade e o incentivo para os treinos e a preparação dos atletas.

Em Tóquio, a modalidade todas as etapas da modalidade serão realizadas em oito dias, tempo maior do que as competições da World Surf League. Essa janela é importante já que o surfe é completamente regido pelas condições do mar – se as ondas não estiverem favoráveis, as baterias podem ser adiadas para o dia seguinte. As competições do surfe vão rolar na praia de Tsurigasaki.

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O surfe funciona na estrutura de baterias, etapas que separam os atletas em grupos e classificam os melhores para a disputa seguinte. A partir das quartas de final, os 16 atletas – de 20 originalmente classificados -, em cada gênero, disputam as baterias em duplas, e o melhor avança para a próxima etapa, até a final. Os pontos são atribuídos para as duas melhores ondas de cada atleta e os jurados consideram habilidade, estilo e dificuldade das manobras realizadas pelo surfista. 

Os brasileiros que já estão com vaga garantida em Tóquio são Gabriel Medina e Ítalo Ferreira, classificados pelo ranking da WCT (World Championship Tour) em dezembro de 2019, e Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima na categoria feminina, que também conseguiram a vaga pelo ranking mundial. A alta qualificação dos nossos surfistas aumenta ainda mais as expectativas para um bom desempenho nas Olimpíadas.

Karatê 

O karatê também fará sua estreia em Tóquio com uma estrutura um pouquinho diferente do que é visto nas competições regulares do esporte. Por ser uma arte marcial, como o judô, sua inclusão no programa olímpico não gera tanto estranhamento quanto os esportes anteriores, mas a visibilidade e espaço que a modalidade vai receber é bem importante.

São três categorias por gênero do chamado kumite, que é a luta efetivamente, e o que as difere é o peso dos atletas. Haverá também a competição no kata, modalidade que consiste na performance individual de golpes pré-determinados que apenas simulam a luta, nos quais o atleta é avaliado pela técnica, com posições, sincronização e dificuldade, e também por atributos físicos, como força, rapidez e equilíbrio. 

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Cada categoria terá 10 atletas e um país pode levar apenas um lutador em cada, totalizando 8 vagas por país. São vários torneios classificatórios e o Brasil possui chances com Vinicius Figueira e Douglas Brose, do lado masculino, e com a campeã dos Jogos Pan-Americanos de 2019 e ouro na Premier League, principal Circuito Mundial da modalidade, Valeria Kumizaki, na categoria feminina. A classificação entre os melhores do ranking mundial termina com a Premier League de Lisboa, de 30 de abril a 2 de maio.

Reportagem Camila Junqueira

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