Skate nas Olimpíadas: como vão ser as provas da modalidade que estreia em Tóquio

Qual a diferença entre park e street, como funciona a pontuação e os brasileiros com chance de medalha: explicamos tudo sobre o skate nas Olimpíadas
Pamela Rosa (divulgação)

Criado na costa oeste dos EUA nos anos 1940, o skate já deixou de ser um esporte de rua há muito tempo. Agora foi alçado a uma das modalidades que farão sua estreia na Olimpíada de Tóquio, no fim do mês. É possível que você já tenha se arriscado sobre as rodinhas alguma vez na vida, mas provavelmente desconhece as regras da modalidade e talvez esteja se perguntando como os atletas conquistam o tão sonhado ouro olímpico. Explicamos tudo o que você precisa saber para acompanhar as disputas. Com tantos brasileiros no topo do ranking, vale a pena aprender mais sobre a modalidade para torcer com propriedade nos jogos.

Park e Street: as provas de skate que estarão nas Olimpíadas

Existem várias categorias dentro do mundo do skate, como park, street, half pipe, downhill… Para as Olimpíadas, foram escolhidas as duas primeiras que, apesar de serem do mesmo esporte, são muito diferentes entre si.

Street

É a categoria mais popular, pois simula numa pista os obstáculos da rua, com escadas, corrimões e rampas. Cada atleta tem direito a dar duas voltas de 45 segundos  – e de fazer mais 5 tentativas de manobras. Eles recebem uma pontuação, que vale de 0 a 10, para cada uma das voltas e manobras. A pontuação final é a soma das quatro melhores notas.

Park

É uma modalidade mais recente, em que o atleta realiza manobras complexas no bowl, pista que parece uma tigela, com paredes bem altas. O atleta deve fazer transições acima de três metros e emendar as manobras, algumas em obstáculos também encontrados no street. Cada atleta faz três voltas de 45 segundos. Vale a de maior pontuação, sendo que cada nota vai de 0 a 100. 

Critérios de pontuação

Para as duas categorias, os jurados seguem os mesmos critérios na avaliação dos atletas, de acordo com o regulamento da World Skate, organização mundial do esporte:

  • dificuldade nas manobras
  • seleção de obstáculos
  • repetição das manobras
  • qualidade na execução 
  • estilo (que envolve fluidez, velocidade e qualidade na finalização)
  • aproveitamento da pista
  • ritmo e consistência

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Quem vai representar o Brasil no skate

As vagas para disputar o ouro olímpico no skate foram muito disputadas. Park e street terão competições masculinas e femininas, cada uma com 40 atletas divididos igualmente por gênero. O Japão, por ser o país-sede, garantiu uma vaga em cada categoria. Além disso, os medalhistas dos torneios mundiais de park e street também foram direto para Tóquio, ocupando três vagas de cada categoria – tanto no masculino, quanto no feminino. O restante ficou entre os atletas do ranking olímpico, limitando-se a um skatista de cada continente e no máximo três de cada país, por categoria e gênero. Temos vários atletas brasileiros classificados e com boas chances de medalha. 

Skate feminino

O Brasil conseguiu classificar o número máximo de atletas. No park feminino, vamos contar com Dora Varella, Isadora Rodrigues Pacheco e Yndiara Asp. Já Pamela Rosa, Rayssa Leal (aos 13 anos, a atleta mais jovem da delegação brasileira) e Leticia Bufoni brilham no street feminino. 

Skate masculino

Nas categorias masculinas, Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas representam o Brasil no park, enquanto Kelvin Hoefler, Felipe Gustavo e Giovanni Vianna disputam o título olímpico no street. “A meta da Confederação era levar o limite máximo de 12 skatistas para representar o Brasil”, pontua Eduardo Musa, presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk). 

Datas das provas de skate nas Olimpíadas

Na fase eliminatória, os 20 atletas de cada estilo competem entre si e os 8 melhores vão para a final. O formato é igual para as duas etapas e as medalhas já saem no mesmo dia, o que deixa tudo ainda mais emocionante! 

Street

24 julho 21h eliminatórias masculino

25 de julho 0h25 final masculino

24 de julho 21h eliminatórias feminino

24 de julho 0h25h final feminino

Park

3 de agosto 21h eliminatórias feminino

4 de agosto 0:30 final feminino

4 de agosto 21h eliminatórias masculino

5 de agosto 0h30 final masculino

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A ascensão do skate feminino

No skate, a maioria das atletas ainda é muito novinha, mas cheia de talento: Rayssa tem apenas 13 anos, Isadora tem 16 e Pamela Rosa, 21 anos. Conversamos com Pamela sobre sua rápida ascensão no esporte e as expectativas para participar das Olimpíadas: “O skate é como se fosse minha vida. Pratico há quase 13 anos e virou um trabalho, mas ainda levo como diversão”, conta. 

Nascida em São José dos Campos, Pamela ganhou o Mundial de Skate Street em 2019, que aconteceu em São Paulo, com vários familiares e amigos presentes. “Foi um sonho realizado, a família toda estava lá, foi uma sensação incrível”, relembra. 

A atleta Pamela Rosa, promessa de medalha no skate na Olimpíada de Tóquio

A preparação para as Olimpíadas foi intensa: “Estive muito focada para conseguir representar o Brasil, dando meu máximo nas competições da tabela”, conta Pamela. E além dos treinos, ela também deu uma atenção especial ao corpo, com muito fortalecimento, fisioterapia e acompanhamento nutricional. “É o essencial, você não sabe o que pode acontecer amanhã”, conclui.

Ver o skate em uma competição olímpica não só dá a chance de aprender sobre um novo esporte, como aumenta a visibilidade dos nossos atletas: “Isso abre novas oportunidades de mercado para que mais e mais apaixonados pela modalidade possam se tornar profissionais do skate”, finaliza Eduardo. Já estamos na torcida!

Reportagem Camila Junqueira

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