Foi com surpresa que a gente viu o anúncio de que a cantora Anitta daria uma pausa nos seus compromissos profissionais por um período. Apesar do descanso ser merecido (quem aqui consegue acompanhar todos os passos da carreira dela?!), tirar férias não seria uma escolha da artista, mas sim uma obrigação – ela teria sido diagnosticada com síndrome de burnout, causada pelo esgotamento no trabalho.
Apesar de não confirmar o diagnóstico (sua assessoria afirma que ela teve “apenas” estafa), a cantora atraiu atenção para um problema crescente entre a população brasileira. A síndrome de burnout não acontece só com celebridades com agendas malucas e milhões de seguidores para gerenciar. Executivos sob pressão, médicos que viram noites em plantão, professores que trabalham em ambientes desfavoráveis… na verdade, qualquer um pode ser vítima. Segundo dados da ISMA-BR (International Stress Management Association), cerca de 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem com o stress, sendo que 32% deles já apresentam sintomas de burnout.
Diferença de stress e burnout
Mais do que tensionar as costas ou tirar o sono de vez em quando (o que, claro, também não é nada bom), a síndrome de burnout afeta nossos sistemas emocional e psicológico. E, geralmente, o causador é só um: excesso de trabalho. “Pessoas que sofrem de burnout estão sobrecarregadas com o emprego, se doando demais para suas funções sem se sentirem reconhecidas”, explica Marilda Lipp, diretora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS).
Vale ficar atenta se você tem esticado muito as horas na empresa, virado madrugadas preocupada com reuniões ou trocado a planilha de corrida que você ama por infindáveis relatórios.
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Sintomas do burnout
A gente tende a achar que o funcionário que tem burnout vai, como o nome sugere, entrar em combustão de uma hora para outra e surtar no meio do escritório, do nada. Mas não é bem assim. Existem, descritos pela ciência, 12 estágios até o colapso mental. Você pode passar por todos eles, ou não. “Os sintomas não são tão claros e podem se estender por meses”, diz Marilda. A jornalista Izabella Camargo, 37 anos, só foi diagnosticada quando sofreu um apagão ao vivo na TV. Mas vinha há tempos notando os efeitos nocivos de trocar a noite pelo dia, já que o telejornal que ela apresentava passava de madrugada. Dentre os sinais de que corpo e mente estão ardendo, fique atenta a:
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Sentimento depressivo
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Falta de envolvimento emocional com a vida em geral
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Ansiedade
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Vontade de fugir de tudo
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Solidão
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Como tratar a síndrome de burnout
O tratamento do burnout envolve sessões de terapia e, muitas vezes, consultas psiquiátricas e medicação com ansiolíticos e antidepressivos. “O acompanhamento psicológico é muito importante nesses casos, já que, mais do que mudar de emprego, é necessário mudar o estilo de vida”, aconselha a profissional.
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Não adianta culpar a empresa pelas horas extras se você nunca desativa as notificações do e-mail profissional nos fins de semana nem consegue encontrar satisfação em outras áreas da vida independentes do trabalho. Aí, você pode até encontrar um emprego novo, mas os sintomas de esgotamento logo vão reaparecer.
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Para evitar o burnout, não faça das horas extras uma constante e priorize momentos de prazer, longe do trabalho – jantar com as amigas, praticar um esporte e ir a um show, tudo sem mandar WhatsApp para os colegas de escritório para monitorar os projetos. Existe muita vida fora do ambiente profissional – aproveite!